A terceira ronda de negociações em Istambul, confirmada tanto pela Turquia como pelo Kremlin, foi recebida com cautela por Moscovo. O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, antecipou "conversações muito complicadas", afirmando que "ninguém está à espera de um caminho fácil" e que as propostas de paz das duas nações são "diametralmente opostas". Esta perspetiva pessimista é reforçada pelo histórico das rondas anteriores, em maio e junho, que resultaram apenas em acordos pontuais para trocas de prisioneiros de guerra e de corpos de combatentes, sem qualquer progresso num cessar-fogo. A delegação russa continua a ser chefiada pelo conselheiro presidencial Vladimir Medinsky, enquanto a Ucrânia é representada por Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança Nacional. A inflexibilidade russa mantém-se, com exigências que incluem a cedência de quatro regiões ocupadas e a renúncia à adesão à NATO, condições que Kiev considera "ultimatos". Do lado ucraniano, o Presidente Volodymyr Zelensky insiste na necessidade de "intensificar a dinâmica das negociações", focando-se em temas humanitários como a libertação de prisioneiros e o regresso de crianças deportadas. O encontro decorre sob a sombra de um prazo de 50 dias imposto pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou Moscovo com "tarifas severas" caso não se alcance um acordo de paz, adicionando uma camada de pressão externa a um diálogo já fragilizado.
