Uma investigação do jornal The Telegraph, corroborada por alertas de autoridades ucranianas e alemãs, revelou que a fábrica de Yelabuga, na república do Tartaristão, está a utilizar jovens com apenas 15 anos na montagem de drones suicidas do modelo Geran-2, a versão russa do Shahed-136 iraniano. Imagens divulgadas pelo canal estatal russo Zvezda mostram adolescentes a trabalhar em linhas de montagem, após concluírem o 9.º ano de escolaridade numa escola técnica local. A capacidade de produção da fábrica, inaugurada em 2023, já ultrapassa as 5.000 unidades mensais, com o objetivo de atingir uma capacidade de ataque de 2.000 drones por noite até novembro. Esta estratégia de guerra de desgaste visa sobrecarregar as defesas aéreas ucranianas, explorando a disparidade de custos entre os drones, avaliados entre 30 e 43 mil euros, e os mísseis intercetores, como o Patriot, que custam mais de quatro milhões de libras. O Presidente Vladimir Putin elogiou publicamente este modelo de produção verticalmente integrada, sugerindo a sua replicação noutras regiões para diminuir a dependência de tecnologia militar importada, embora analistas acreditem que muitos componentes eletrónicos continuem a ser provenientes do Ocidente.
