Esta posição firme de Nova Deli, que se segue a uma semelhante da China, evidencia os limites da política de sanções de Washington e o reordenamento das alianças económicas globais.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi não deu instruções às refinarias indianas para cessarem as compras, considerando-as uma decisão comercial.
A Índia tornou-se o maior comprador mundial de exportações marítimas de crude russo, aproveitando os preços com desconto que, segundo o governo indiano, ajudaram a evitar que os preços globais do petróleo disparassem. O governo justificou que, “se a Índia não tivesse absorvido o crude russo com desconto [...], os preços globais do petróleo poderiam ter disparado acima do pico de 137 dólares por barril em março de 2022”. A postura de Nova Deli provocou duras críticas do Presidente dos EUA, Donald Trump, que acusou a Índia de impor tarifas “massivas” sobre produtos americanos e de se aliar à Rússia.
A Índia, por sua vez, defendeu publicamente os seus laços com Moscovo, descrevendo-os como uma “parceria estável e comprovada pelo tempo”. A decisão indiana demonstra a sua política de autonomia estratégica, mantendo relações com o Ocidente e, simultaneamente, com a Rússia, priorizando os seus interesses económicos e energéticos.