Este encontro surge num momento crítico, na véspera do prazo de 8 de agosto imposto por Washington para que a Rússia demonstre progressos concretos rumo à paz na Ucrânia. A perspetiva de um cessar-fogo na Ucrânia dominou a agenda noticiosa, impulsionada por uma intensa atividade diplomática entre Washington e Moscovo.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, reuniu-se com Vladimir Putin no Kremlin, um encontro que Donald Trump descreveu como tendo resultado em "grandes progressos". Na sequência, o Kremlin confirmou que está a ser preparado um encontro bilateral "para os próximos dias", com os Emirados Árabes Unidos a serem apontados por Putin como um possível local.

Este seria o primeiro encontro ao mais alto nível entre os líderes dos dois países desde 2021, marcando uma potencial viragem na abordagem ao conflito.

No entanto, o Kremlin afastou, para já, a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmando que "as condições para uma reunião com Zelensky não estão satisfeitas".

A sugestão de uma cimeira trilateral "não foi especificamente discutida", segundo o conselheiro presidencial russo, Yuri Ushakov. A reação de Kiev foi de cautela e exigência.

Zelensky, após uma conversa telefónica com Trump e líderes europeus, estabeleceu condições claras para qualquer negociação.

"O primeiro [objetivo] é parar as mortes — e é a Rússia quem deve aceitar um cessar-fogo.

O segundo é criar um formato de cimeira que permita trabalhar por uma paz verdadeiramente duradoura", declarou, sublinhando a necessidade de envolvimento europeu. Apesar do otimismo manifestado por Trump, analistas e diplomatas mantêm-se céticos quanto às reais intenções de Putin, com o antigo embaixador britânico na Ucrânia, Simon Smith, a afirmar à Sky News que o líder russo "está a jogar a longo prazo", convencido de que o tempo joga a seu favor.