A medida pune Nova Deli pelo seu papel como um dos maiores compradores de petróleo russo, visando cortar uma fonte crucial de financiamento para a ofensiva militar de Moscovo.
No quadro da sua estratégia para forçar um acordo de paz na Ucrânia, os Estados Unidos intensificaram a pressão económica sobre os países que mantêm laços comerciais com a Rússia.
A Índia, o terceiro maior importador de petróleo do mundo e o segundo maior comprador de crude russo, foi o principal alvo, com Washington a elevar as tarifas sobre as suas exportações para 50%. A Casa Branca justifica a medida como uma forma de cortar o financiamento à máquina de guerra do Kremlin, que depende fortemente das receitas da venda de petróleo e gás. A reação de Moscovo foi imediata, com o governo russo a criticar a decisão como uma "tentativa grosseira de exercer pressão sobre um parceiro estratégico" e de "punir a Índia por defender a sua autonomia energética". A Índia, por sua vez, adotou uma postura desafiadora.
O primeiro-ministro Narendra Modi afirmou que o país "nunca comprometerá os interesses dos seus agricultores, pastores e pescadores", acrescentando estar pronto para "pagar um preço enorme por isso pessoalmente".
Esta tensão diplomática e económica é sublinhada pelo anúncio de que Vladimir Putin planeia visitar a Índia, possivelmente no final de agosto, o que reforça a aliança estratégica entre Nova Deli e Moscovo num momento de realinhamentos globais.
A Ucrânia também entrou no debate, denunciando a presença de componentes indianos em drones russos utilizados em ataques.