Numa medida que reforça o controlo do Kremlin sobre o espaço digital, um tribunal de Moscovo multou a aplicação de mensagens Telegram por não cumprir a legislação russa. A empresa foi sancionada por se recusar a localizar os dados de utilizadores russos em servidores dentro do país e por não remover informações consideradas proibidas pelas autoridades. O Tribunal Distrital de Tagansky impôs uma multa de 3,5 milhões de rublos (38 mil euros) pela violação da lei de proteção de dados, que desde 2015 exige que empresas que processam dados de cidadãos russos o façam em território nacional. Adicionalmente, o Telegram foi multado em sete milhões de rublos (mais de 75 mil euros) por não remover conteúdo que, segundo a lei russa, incita ao ódio, promove o uso de drogas ou nega "valores familiares".
Desde a invasão da Ucrânia, a Rússia tem intensificado a perseguição a conteúdos que classifica como "informações falsas" sobre a sua "operação militar especial".
Esta ação judicial insere-se numa campanha mais vasta contra gigantes tecnológicos, que já levou ao bloqueio do Facebook e Instagram e a sanções contra outras plataformas como o X e o TikTok.
Em resumoO governo russo continua a apertar o cerco às plataformas digitais, multando o Telegram por não cumprir as leis de localização de dados e censura de conteúdo, numa clara demonstração de controlo sobre a informação.