Esta ação coordenada visou garantir que a Europa não seja marginalizada nas negociações sobre a segurança do seu próprio continente, refletindo a preocupação com uma potencial negociação direta entre os Estados Unidos e a Rússia.

A delegação europeia, que incluiu os líderes de França, Alemanha, Reino Unido e Itália, bem como a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO, procurou apresentar uma "frente unificada".

O objetivo era influenciar a abordagem de Trump e assegurar que os interesses europeus e ucranianos fossem centrais em qualquer acordo de paz. Analistas como Diana Soller apontam que a estratégia de Vladimir Putin passa por valorizar a relação com os EUA para se projetar como uma grande potência, demonstrando "um certo desprezo por todos os atores que tenham menos influência internacional que o presidente dos EUA".

Esta perceção alimenta os receios europeus de serem relegados para um papel secundário na definição da futura arquitetura de segurança do continente. A Rússia, por sua vez, reforçou esta visão ao descrever a diplomacia europeia como "patética e inútil", acusando-a de procurar "migalhas de mesas maiores".

A presença em Washington foi, portanto, uma manobra estratégica para contrariar esta narrativa e afirmar a relevância da Europa como um ator indispensável na resolução do conflito.