A questão das concessões territoriais e o respeito pelos "interesses de segurança" da Rússia continuam a ser os maiores obstáculos a um acordo de paz. As declarações de Moscovo sublinham que não haverá um acordo duradouro sem que as suas principais exigências sejam satisfeitas, mantendo uma posição inflexível que complica os esforços diplomáticos. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, foi claro ao afirmar que qualquer acordo deve ter em conta os "interesses de segurança" da Rússia e "respeitar plenamente os direitos dos russos e dos russófonos que vivem na Ucrânia". Esta posição é complementada pelas exigências de Moscovo de que a Ucrânia ceda territórios, como a totalidade da região de Donetsk, e reconheça a anexação da Crimeia, além de abandonar as suas aspirações de adesão à NATO. O presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu publicamente que a Ucrânia poderá ter de aceitar estas condições.
No entanto, para a Ucrânia, a questão é extremamente sensível.
O presidente Volodymyr Zelensky, embora afirmando que o tema dos territórios é "um assunto entre mim e Putin", enfrenta a realidade de que "cada quilómetro quadrado [da Ucrânia] está coberto com sangue" dos seus soldados.
A própria Constituição ucraniana impede a cedência de território, estabelecendo uma linha vermelha que torna as negociações diretas sobre este ponto particularmente difíceis e politicamente perigosas para o líder ucraniano.
Em resumoA Rússia mantém uma postura rígida, condicionando a paz ao reconhecimento das suas anexações territoriais e à satisfação dos seus interesses estratégicos. Esta posição colide frontalmente com a soberania ucraniana e os princípios constitucionais do país, tornando a questão territorial o nó górdio de qualquer negociação de paz.