A China manifestou o seu apoio a um acordo de paz "aceitável para todas as partes", mantendo a sua posição oficial de neutralidade, enquanto a Alemanha a acusou de fornecer apoio "crucial" à máquina de guerra russa. A posição ambígua de Pequim é vista como um fator significativo no equilíbrio de poder global e na capacidade da Rússia para sustentar o seu esforço de guerra. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Mao Ning, afirmou que a China apoia todos os esforços para uma resolução pacífica e que está "satisfeita por ver a Rússia e os Estados Unidos" a manterem contacto.
No entanto, esta postura contrasta com as acusações do Ocidente.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, declarou que "a guerra da Rússia só é possível graças a um apoio crucial da China", destacando que 80% dos bens de uso dual utilizados pela Rússia provêm da China, que é também o maior comprador de petróleo e gás russos. Esta situação, segundo o ministro, contraria os interesses de segurança não só da Europa, mas também dos seus parceiros no Indo-Pacífico.
A diplomacia alemã alertou ainda que a Coreia do Norte não poderia fornecer munições à Rússia sem a aprovação chinesa.
Esta dualidade de posições coloca a China num papel central, mas controverso, no conflito, com o potencial de influenciar significativamente a sua duração e desfecho.
Em resumoA China adota uma postura pública de mediadora pela paz, mas enfrenta acusações diretas do Ocidente de ser um pilar económico e tecnológico essencial para o esforço de guerra da Rússia. Este papel duplo torna Pequim um ator geopolítico decisivo, cujas ações podem tanto facilitar uma resolução como prolongar o conflito, dependendo dos seus interesses estratégicos.