A iniciativa, encabeçada pelo Presidente Donald Trump, colocou na mesma semana os líderes da Rússia e da Ucrânia em diálogo indireto, embora com posições ainda muito distantes. A semana foi marcada por uma cimeira no Alasca entre Donald Trump e Vladimir Putin, seguida de reuniões em Washington com Volodymyr Zelensky e vários líderes europeus.

O objetivo central foi desbloquear as negociações, mas as abordagens divergiram: enquanto Trump e Putin discutiram um acordo de paz definitivo, a Ucrânia e os seus parceiros europeus, como o chanceler alemão Friedrich Merz, insistiram na necessidade de um cessar-fogo como condição prévia.

A diplomacia russa, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, demonstrou ceticismo, afirmando que "não está previsto nenhum encontro" entre os presidentes, pois a agenda "não está de todo pronta".

Lavrov acusou repetidamente o Ocidente de "procurar um pretexto para impedir as negociações" e criticou Zelensky por "impor condições".

O papel de Trump foi central, chegando a interromper a reunião em Washington para telefonar a Putin, um gesto que sublinhou a liderança norte-americana no processo. Apesar dos elogios dos líderes europeus à iniciativa de Trump, a sua abordagem transacional e a aparente desvalorização de um cessar-fogo prévio criaram tensões, evidenciando uma Europa em papel secundário, a tentar garantir que os seus interesses de segurança não são ignorados num eventual acordo bilateral entre Washington e Moscovo.