Esta escalada demonstra uma crescente capacidade ofensiva de Kiev e leva o conflito para dentro das fronteiras da Rússia, visando desestabilizar a logística e a economia de guerra de Moscovo. Durante a noite de 24 para 25 de agosto, as defesas aéreas russas anunciaram ter intercetado e destruído 21 drones ucranianos sobre seis regiões, incluindo dois que se dirigiam para a capital, Moscovo.
Os ataques não se limitaram a alvos militares.
No domingo, dia em que a Ucrânia celebrava a sua independência, foram reportados ataques a infraestruturas críticas, nomeadamente um terminal da empresa de gás russa NOVATEK no porto de Ust-Luga, no Golfo da Finlândia, a cerca de 900 quilómetros da fronteira ucraniana, onde destroços de drones abatidos provocaram um incêndio. Mais alarmante foi a acusação russa de que a Ucrânia atacou uma instalação nuclear na região de Kursk, onde um incêndio terá sido rapidamente extinto sem registo de feridos ou risco de radiação. Estes ataques, de forte carga simbólica, representam uma mudança estratégica de Kiev, que procura não só retaliar, mas também demonstrar a sua capacidade de atingir alvos de alto valor, afetando diretamente a economia russa e levando a guerra para o quotidiano dos cidadãos russos.