A iniciativa visa acelerar o movimento de tropas e equipamento pesado para as fronteiras orientais, face ao que líderes europeus descrevem abertamente como a "ameaça russa". O "Pacote de Mobilidade Militar" foi concebido para eliminar os estrangulamentos logísticos que atualmente podem fazer com que o transporte de equipamento pesado da Europa Ocidental para a fronteira leste demore "semanas ou até meses". O investimento incidirá na construção e modernização de infraestruturas de "dupla utilização", como pontes, estradas e linhas ferroviárias, que servirão tanto para fins militares como civis. A iniciativa surge num contexto em que figuras como Charles Michel já tinham alertado para a necessidade de colocar a economia da UE "em pé de guerra" face a uma potencial ameaça russa que se pode materializar até 2030. Este plano reflete uma mudança fundamental na postura estratégica da UE, que reconhece a necessidade de uma capacidade de defesa e dissuasão mais robusta e autónoma. Ao investir em infraestruturas críticas, o bloco procura não só melhorar a sua capacidade de resposta a crises, mas também integrar mais profundamente as considerações de segurança e defesa no seu planeamento económico e de transportes a longo prazo.