A ameaça de retaliação sublinha a intolerância de Moscovo a qualquer expansão da aliança militar ocidental, vista como uma ameaça existencial à sua segurança.
Num artigo divulgado nas redes sociais, o vice-presidente do Conselho de Segurança russo argumentou que a neutralidade austríaca, consagrada desde 1955, foi fundamental para transformar Viena num centro vital para a diplomacia multilateral, acolhendo cerca de 20 organizações internacionais, incluindo a ONU, a AIEA e a OSCE. Medvedev alertou que a adesão à NATO minaria o "espírito de Viena", arriscando a transferência destas sedes para países do "Sul e do Leste Global".
Segundo ele, "a escolha de Viena deveu-se em grande parte à sua postura não alinhada, que proporcionou uma plataforma eficaz para o diálogo e a cooperação regional".
O ex-presidente russo acusou a Áustria de já se estar a alinhar com a lógica do bloco, participando na iniciativa Parceria para a Paz e permitindo um tráfego significativo de comboios e aeronaves militares da NATO no seu território.
Medvedev invocou ainda o direito internacional, afirmando que a Áustria não pode abandonar unilateralmente a sua neutralidade sem violar os seus compromissos internacionais, como o Tratado de Estado de 1955, do qual a Rússia é signatária.