Esta estratégia de ambiguidade é vista pelos líderes ocidentais e por Kiev como uma tática cínica para ganhar tempo e minar a confiança nas negociações.
Após o bombardeamento massivo de Kyiv, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reiterou que "a Rússia continua interessada em prosseguir o processo de negociação, a fim de alcançar os objetivos que foram fixados por meios políticos e diplomáticos".
Da mesma forma, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, afirmou numa entrevista que o Presidente Putin "quer mesmo a paz".
Estas declarações contrastam de forma gritante com as ações no terreno, como o ataque que matou civis e atingiu a delegação da UE.
Esta dissonância é interpretada pelos líderes ocidentais como uma prova da má-fé russa.
A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, resumiu este sentimento ao afirmar que "enquanto o mundo procura um caminho para a paz, a Rússia responde com mísseis". Para o Presidente Zelensky, a escolha de Moscovo é clara: "A Rússia escolhe os mísseis balísticos em vez da mesa de negociações. Escolhe continuar a matar em vez de acabar com a guerra".
Esta dualidade serve para confundir a opinião pública internacional e manter a porta aberta a negociações nos termos de Moscovo, enquanto a pressão militar continua a ser o seu principal instrumento de política externa.