Esta escalada verbal reflete a profunda deterioração das relações e a ausência de um diálogo construtivo para resolver o conflito.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, descreveu o seu homólogo russo como um "ogre à nossa porta" e um "predador", uma caracterização ecoada pela Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também se referiu a Vladimir Putin como "um predador".
A resposta de Moscovo foi igualmente contundente.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, classificou as declarações de Macron como "insultos vulgares contra a Rússia e o seu povo" que "excedem os limites não apenas da razão, mas também da decência". Noutra ocasião, confrontada com as declarações do chanceler alemão, Friedrich Merz, sobre as tentativas russas de desestabilizar a Alemanha, Zakharova sugeriu que as suas palavras eram "algo que os psiquiatras devem analisar".
Esta troca de acusações demonstra um colapso quase total das normas diplomáticas, com o debate político a ser substituído por animosidade pessoal e ideológica, o que dificulta ainda mais qualquer perspetiva de negociação.