A nova doutrina emergente visa transformar a Europa num "porco-espinho de ferro", capaz de dissuadir e defender-se de forma autónoma contra ameaças externas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem sido uma das vozes mais proeminentes desta mudança estratégica.

Após o ataque a Kyiv, von der Leyen defendeu a necessidade de "assegurar uma paz justa e duradoura na Ucrânia com garantias de segurança firmes e credíveis que transformem o país num porco-espinho de ferro". Esta metáfora foi também aplicada à própria UE, com analistas e a própria von der Leyen a afirmarem que "se Putin é um predador a Leste, a União Europeia tem de ser um porco-espinho de ferro". Estes apelos são acompanhados por medidas concretas, como o anúncio de um pacote de 17 mil milhões de euros para a mobilidade militar, destinado a melhorar infraestruturas de transporte para facilitar o movimento rápido de tropas e equipamentos, especialmente para as fronteiras orientais.

A Alemanha e a França também se comprometeram a fornecer mais defesas aéreas à Ucrânia.

Este movimento reflete uma reavaliação fundamental da segurança europeia, impulsionada pela perceção de que a Rússia representa uma ameaça existencial e de longo prazo.