As suas relações com Moscovo, particularmente no setor energético, geram tensões com a Ucrânia e complicam a unidade europeia.
A posição húngara ficou evidente na sua recusa em subscrever a declaração de 26 países da UE para acelerar o 19.º pacote de sanções contra a Rússia. Além disso, o governo de Viktor Orbán avançou com um processo no Tribunal de Justiça da UE contra a utilização dos lucros de ativos russos congelados para apoiar Kyiv.
A dependência energética é um fator central nesta relação.
A Hungria importa 65% do seu petróleo bruto e 85% do seu gás da Rússia, sendo o oleoduto Druzhba uma infraestrutura estratégica.
Os recentes ataques ucranianos a este oleoduto foram descritos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, como um "ataque contra a soberania da Hungria".
Em retaliação, Budapeste proibiu a entrada no espaço Schengen do comandante militar ucraniano responsável pela operação.
Em contraste, a Rússia agiu para manter o fluxo de petróleo, com o vice-ministro da Energia russo a confirmar uma "solução temporária" para retomar o fornecimento, demonstrando a contínua cooperação económica entre os dois países.