A declaração russa visa dissuadir Viena de abandonar a sua histórica neutralidade, num contexto de expansão da aliança atlântica desde a invasão da Ucrânia. O aviso foi proferido por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo, que argumentou que a neutralidade da Áustria está consagrada em tratados internacionais, como o Tratado de Estado de 1955, do qual a Rússia é signatária, e não pode ser abandonada unilateralmente. Medvedev alertou que a adesão à aliança poderia minar o "espírito de Viena", levando à possível transferência de sedes de organizações internacionais importantes, como a ONU, a AIEA e a OSCE, para países do "Sul e do Leste Global".

A ameaça foi além da diplomacia, com Medvedev a afirmar que, caso a Áustria se junte à NATO, as suas forças armadas poderiam ser incluídas nos planos militares de longo alcance da Rússia, tal como aconteceu com a Finlândia e a Suécia. Esta intervenção direta no debate interno de um país neutro da UE demonstra a estratégia russa de usar pressão política e militar para tentar conter a expansão da NATO, que considera uma ameaça existencial.