Esta posição sublinha a intransigência de Moscovo e a distância que a separa das exigências de Kiev e da comunidade internacional. Numa entrevista a um jornal indonésio, Sergei Lavrov afirmou que, "para que a paz seja duradoura", as anexações das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia, Kherson e da Crimeia devem ser "reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional". Esta exigência, que implica a cedência de cerca de 20% do território ucraniano, foi imediatamente rejeitada por Kiev.

O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, descreveu as declarações como "uma nova série de velhos ultimatos", acrescentando que "o apetite do agressor só cresce quando não é submetido a pressão e força" e apelando a novas sanções.

A posição russa inclui também a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO, que Lavrov classificou como um "bloco militar agressivo".

Fontes da diplomacia turca, que mediou negociações, sugerem uma possível alteração na postura de Moscovo, que estaria agora disposta a congelar o conflito no sul ao longo das atuais linhas da frente, uma mudança que terá ocorrido após uma cimeira no Alasca entre Vladimir Putin e Donald Trump.

Lavrov também acusou Kiev de estar a "exterminar tudo o que está relacionado com a Rússia", incluindo a língua e a cultura, e defendeu a criação de "um novo sistema de garantias de segurança para a Rússia e a Ucrânia".