Uma coligação de 26 nações, liderada pela França, comprometeu-se em Paris a criar uma força de segurança para garantir a paz na Ucrânia após o fim da guerra. A iniciativa, que prevê uma presença militar internacional, gerou uma resposta imediata e hostil de Moscovo, que a considera uma ameaça direta e um obstáculo à paz.\n\nA Cimeira de Paris, realizada no âmbito da "Coligação de Vontades", representa um passo significativo no apoio ocidental à segurança a longo prazo da Ucrânia. O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o grupo de países está preparado para atuar "em terra, no mar ou no ar" para salvaguardar um futuro acordo de paz. No entanto, a proposta carece de pormenores concretos, e várias potências europeias, como a Alemanha, Itália e Polónia, já esclareceram que não enviarão tropas de combate, limitando o seu apoio a logística, treino ou vigilância.
O papel dos Estados Unidos, considerado essencial pela maioria dos aliados, permanece por definir, embora Macron tenha assegurado que Washington apoia a iniciativa.
A resposta da Rússia foi inequívoca e ameaçadora.
O Presidente Vladimir Putin declarou que quaisquer tropas ocidentais em território ucraniano seriam consideradas "alvos legítimos para derrotar", independentemente de serem enviadas antes ou depois de um acordo de paz. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os países europeus de "atrapalharem" a resolução do conflito e de tentarem transformar a Ucrânia num "centro de tudo o que é antirrusso". Esta troca de declarações evidencia o abismo entre a visão ocidental de garantias de segurança para Kiev e as linhas vermelhas de Moscovo, aumentando a tensão diplomática e militar.
Em resumoA Cimeira de Paris solidificou o apoio político a uma futura força de segurança para a Ucrânia, mas a forte oposição da Rússia, que ameaça com retaliação militar, e a hesitação de alguns aliados em comprometer tropas tornam a sua implementação incerta e um ponto de elevada tensão geopolítica.