A recusa de Volodymyr Zelensky em viajar para Moscovo e a insistência de Vladimir Putin nesta condição revelam a profunda desconfiança que impede o diálogo direto.\n\nApós um pedido do Presidente norte-americano, Donald Trump, para que se reunisse com o seu homólogo ucraniano, Vladimir Putin declarou em Pequim estar disponível para um encontro, mas impôs uma condição: "Se Zelensky estiver pronto, que venha a Moscovo e esse encontro terá lugar". Esta proposta foi imediatamente rejeitada por Volodymyr Zelensky, que a considerou uma tática para adiar indefinidamente uma negociação séria.

A resposta do líder ucraniano foi contundente e reflete a realidade do conflito: "Não posso ir a Moscovo enquanto o meu país está a ser atacado com mísseis todos os dias. Não posso ir à capital deste terrorista".

Como alternativa, Zelensky propôs que o encontro se realizasse em Kiev, um convite igualmente simbólico e politicamente inviável para Putin.

A Ucrânia revelou que pelo menos outros sete países, incluindo a Áustria, o Vaticano e a Turquia, se ofereceram para acolher a cimeira.

O impasse sobre a logística de um encontro espelha as divergências de fundo que se mantêm, com a Rússia a exigir cedências territoriais e a Ucrânia a reivindicar um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas como ponto de partida.