Moscovo reafirmou a sua exigência de que qualquer acordo de paz duradouro com a Ucrânia deve incluir o reconhecimento internacional das suas anexações territoriais. Esta condição, que abrange cinco regiões ucranianas, continua a ser o principal obstáculo a qualquer negociação, sendo categoricamente rejeitada por Kiev e pela comunidade internacional.\n\nO ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, declarou que "para que a paz seja duradoura, as novas realidades territoriais que surgiram (...) devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional".
Esta posição refere-se à anexação da Crimeia em 2014 e à reivindicação, em 2022, das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que a Rússia não controla na totalidade.
A exigência de Moscovo é que a Ucrânia ceda cerca de 20% do seu território e renuncie à sua soberania sobre estas áreas. A resposta de Kiev foi imediata e firme.
O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, descreveu as declarações de Lavrov como "uma nova série de velhos ultimatos", afirmando que provam que "o apetite do agressor só cresce quando não é submetido a pressão e força".
Para a Ucrânia, a única base para a paz é a retirada completa das forças russas de todo o seu território internacionalmente reconhecido.
Esta divergência fundamental sobre a integridade territorial da Ucrânia impede qualquer avanço diplomático, com ambos os lados a manterem posições maximalistas e mutuamente exclusivas.
Em resumoA insistência da Rússia no reconhecimento das suas anexações como pré-condição para a paz demonstra que os seus objetivos de guerra permanecem inalterados. Enquanto Moscovo continuar a exigir a rendição de territórios soberanos, qualquer perspetiva de uma solução negociada para o conflito permanece distante, perpetuando o impasse militar e diplomático.