A participação do Presidente russo, Vladimir Putin, na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) na China, ao lado dos líderes Xi Jinping e Narendra Modi, foi um claro sinal da consolidação de um bloco geopolítico alternativo à ordem liderada pelo Ocidente. O encontro serviu para Moscovo demonstrar que não está isolado e que possui parceiros estratégicos influentes na Ásia.\n\nA reunião em Tianjin foi vista por analistas e líderes europeus como um desafio direto à influência dos EUA e da UE. A OCX, que representa quase metade da população mundial, está a emergir como um contrapeso à NATO e ao G7.
A presença de Putin, Xi e Modi juntos sublinhou uma visão multipolar partilhada, onde a Rússia consegue reforçar a sua frente diplomática apesar da guerra na Ucrânia.
A Alta Representante da UE, Kaja Kallas, interpretou a reunião de líderes em Pequim, que também incluiu o líder norte-coreano, como um evento que envia "sinais anti-ocidentais".
Para a Rússia, a cimeira foi uma oportunidade para culpar o Ocidente pela "crise ucraniana", atribuindo-a às "tentativas constantes do Ocidente de incorporar a Ucrânia na NATO".
A participação da Índia, que mantém boas relações tanto com a Rússia como com os EUA, acrescenta complexidade ao cenário, dificultando a estratégia ocidental de isolar completamente Moscovo.
Em resumoA cimeira da OCX confirmou o sucesso da Rússia em cultivar alianças estratégicas fora do Ocidente, especialmente com a China e a Índia. Este realinhamento geopolítico desafia os esforços de isolamento liderados pelos EUA e pela UE, consolidando um bloco euro-asiático que procura ativamente remodelar a ordem internacional.