As suas declarações visam contrariar a narrativa de ameaça que tem impulsionado o aumento dos gastos com a defesa na Europa.\n\nNuma reunião em Pequim, Putin afirmou que "qualquer pessoa sensata sabe que a Rússia nunca teve qualquer desejo de atacar alguém". Esta negação surge em resposta direta aos alertas de altos funcionários da NATO, como o secretário-geral Mark Rutte, que afirmou que os mísseis russos mais recentes poderiam atingir capitais como Madrid em poucos minutos e que todos os membros da Aliança estão "sob ameaça direta". A retórica de Putin enquadra-se na estratégia de comunicação do Kremlin, que se posiciona como uma potência defensiva que reage à expansão da NATO, e não como um agressor. No entanto, para os líderes europeus e da NATO, estas negações são vistas com ceticismo e consideradas parte de uma campanha de desinformação. O aumento dos orçamentos de defesa na Europa, que deverão atingir um recorde em 2025, e a construção de uma nova "cortina de ferro" defensiva no flanco leste são a prova de que os avisos sobre as intenções russas estão a ser levados a sério, independentemente das negações de Moscovo.