A proposta gerou uma reação imediata e hostil de Moscovo, com Vladimir Putin a avisar que quaisquer tropas ocidentais seriam consideradas "alvos legítimos".

A iniciativa, anunciada pelo presidente francês Emmanuel Macron, prevê que a força internacional possa atuar “em terra, no mar ou no ar” para dissuadir futuras agressões russas.

Este compromisso representa um dos pilares das garantias de segurança que Kiev exige como condição para um acordo de paz. No entanto, a proposta expôs divisões entre os aliados: enquanto França e Reino Unido se mostraram mais abertos ao envio de tropas, potências como Alemanha, Itália e Polónia rapidamente clarificaram que não enviariam soldados para o território ucraniano, optando por apoiar com logística, treino e vigilância fora das fronteiras.

A participação dos EUA é vista como crucial, mas o seu papel concreto permanece indefinido.

A resposta da Rússia foi inequívoca e ameaçadora.

Vladimir Putin declarou que quaisquer tropas estrangeiras enviadas para a Ucrânia, mesmo após a guerra, seriam consideradas “um alvo legítimo”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os países europeus de “atrapalharem” a resolução do conflito, enquanto a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, afirmou que estas garantias de segurança são, na verdade, “garantias de perigo para o continente europeu”. A divergência fundamental reflete a complexidade do impasse: para o Ocidente, é uma medida de dissuasão necessária; para a Rússia, uma linha vermelha inaceitável.