Simultaneamente, Zelensky revelou que Putin terá confidenciado a Donald Trump que planeava tomar a região do Donbass em "três a quatro meses".
A troca de declarações entre os líderes evidencia o profundo abismo que impede negociações diretas.
A proposta de Putin para uma reunião em Moscovo foi interpretada por Zelensky como uma manobra dilatória, à qual respondeu de forma categórica: “Não posso ir a Moscovo enquanto o meu país está a ser atacado com mísseis todos os dias. Não posso ir à capital deste terrorista”.
Por sua vez, Putin, falando em Pequim, afirmou ver “alguma luz ao fundo do túnel” para uma solução, mas advertiu que, na ausência de um acordo, a Rússia resolverá as suas “tarefas militarmente”. A complexidade do cenário diplomático foi adensada pela revelação de Zelensky, numa entrevista à ‘ABC News’, de que Putin teria dito a representantes norte-americanos que tomaria o Donbass, a “parte mais fortificada” da Ucrânia, num prazo de dois a quatro meses. Esta informação, partilhada por Kiev, sugere uma confiança por parte de Putin nos seus objetivos militares, ao mesmo tempo que a sua diplomacia envia sinais contraditórios. A recusa de Zelensky em deslocar-se a Moscovo e a sua contraproposta para que Putin visite Kiev sublinham que qualquer encontro futuro terá de ocorrer em território neutro, com pelo menos sete países já a oferecerem-se como anfitriões.