As declarações sublinham a crescente perceção em Berlim de que a Rússia representa uma ameaça existencial a longo prazo para todo o continente.

Numa conferência com embaixadores alemães, Merz descreveu a situação atual como o início de “um novo conflito sistémico entre as democracias liberais e um eixo de autocracias”.

O chanceler acusou a Rússia de realizar “diariamente ataques híbridos cada vez mais intensos e agressivos”, visando especificamente as infraestruturas alemãs, além de levar a cabo “provocações” no Mar do Norte e no Báltico.

Esta visão enquadra a guerra na Ucrânia não como um conflito regional isolado, mas como a primeira frente de uma confrontação mais ampla, na qual a ordem mundial liberal está “sob pressão de vários lados”.

Merz foi explícito ao afirmar que “o plano imperialista de Putin não terminará com a conquista da Ucrânia, mas que será apenas o início”, um apelo direto para que a Europa acelere o seu rearmamento e se prepare para uma dissuasão a longo prazo.

O chanceler também apontou o dedo à China, acusando-a de, juntamente com a Rússia, tentar “garantir esferas de influência na Europa”.

Este discurso reflete uma mudança significativa na postura alemã, reconhecendo a Rússia como uma ameaça direta e persistente à segurança europeia.