Esta exigência reafirma uma das principais e intransponíveis barreiras para qualquer negociação de paz.
Numa entrevista, Lavrov foi explícito ao afirmar que “para que a paz seja duradoura, as novas realidades territoriais que surgiram (...) devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional”.
As regiões em causa são Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anexadas em setembro de 2022, além da Crimeia, tomada em 2014.
Esta posição constitui um ponto de partida inaceitável para a Ucrânia e os seus aliados, que exigem a retirada completa das tropas russas de todo o território ucraniano internacionalmente reconhecido. A resposta de Kiev foi imediata, com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, a classificar as declarações de Lavrov como “uma nova série de velhos ultimatos”.
Sybiga acrescentou que a postura russa “prova que o apetite do agressor só cresce quando não é submetido a pressão e força”.
A insistência de Moscovo nesta condição, juntamente com a exigência de que a Ucrânia renuncie à sua aspiração de aderir à NATO, solidifica o impasse diplomático.
Enquanto a Rússia apresenta estas exigências como pré-condições, a Ucrânia e os seus parceiros veem-nas como uma tentativa de legitimar a agressão e consolidar ganhos territoriais obtidos pela força, tornando qualquer negociação significativa praticamente impossível no atual contexto.