Um relatório do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO) revelou que Portugal foi alvo de desinformação russa, que retratava Moscovo como uma "potência benevolente" disposta a ajudar no combate a incêndios. Esta tática faz parte de uma estratégia mais ampla de desinformação pró-Rússia que visa minar a confiança nas instituições europeias e desestabilizar países vizinhos como a Moldávia. De acordo com o relatório do EDMO, em agosto, narrativas falsas circularam em Portugal e na Grécia, alegando que a Rússia se tinha oferecido para enviar aviões de combate a incêndios, uma alegação que, se fosse verdadeira, violaria as sanções da UE. Esta campanha insere-se numa tendência mais vasta de desinformação que explora eventos climáticos extremos.
O mesmo observatório destacou uma campanha coordenada na Moldávia, onde uma rede russa chamada "Matryoshka" utiliza inteligência artificial para inundar o TikTok com vídeos inflamatórios.
Estes conteúdos afirmam que a "União Europeia está a infetar a Moldávia com pessoas LGBT" e que a religião ortodoxa está sob ataque da UE, numa tentativa de influenciar as eleições de 28 de setembro e congelar as negociações de adesão do país ao bloco europeu. A rede Matryoshka é conhecida por produzir notícias falsas estilizadas como material de meios de comunicação internacionais para desacreditar as democracias ocidentais. Estas operações de influência demonstram o uso de táticas de guerra híbrida por parte da Rússia para semear a discórdia e enfraquecer a coesão europeia.
Em resumoA Rússia continua a empregar campanhas de desinformação sofisticadas como uma arma de guerra híbrida, explorando crises locais em países como Portugal e interferindo em processos democráticos em nações como a Moldávia. A utilização de IA e a apropriação de temas sensíveis, como o clima e a religião, representam um desafio crescente para a segurança e estabilidade europeias.