A crescente ameaça representada pela Rússia está a impulsionar uma mudança de paradigma na política de defesa de vários países europeus, que aceleram o seu rearmamento. A Dinamarca, com a sua maior compra de armas de sempre, exemplifica esta tendência de reforço da capacidade de dissuasão face a Moscovo. Numa decisão histórica, o governo dinamarquês anunciou a aquisição, pela primeira vez, de armas de precisão de longo alcance, incluindo drones e mísseis, com o objetivo de neutralizar ameaças à distância, como rampas de lançamento de mísseis inimigas.
A primeira-ministra Mette Frederiksen justificou a medida afirmando que "a Rússia representará uma ameaça à Dinamarca e à Europa por muitos anos".
Esta compra, que inclui também sistemas de defesa antiaérea de fabricantes europeus como o franco-italiano SAMP e o norueguês NASAMS, representa um "salto exponencial" na capacidade de defesa do país.
Esta tendência não é isolada.
Os gastos militares totais na União Europeia atingiram um valor recorde de 343 mil milhões de euros em 2024, com a Alta Representante para a Política Externa, Kaja Kallas, a sublinhar que a UE está a mobilizar "todos os recursos financeiros e políticos disponíveis" para apoiar este esforço. Este rearmamento acelerado é uma resposta direta à agressão russa e alinha-se com a ambição da NATO de que a Europa desenvolva uma capacidade de defesa autónoma e robusta até 2030.
Em resumoFace à agressão russa, países como a Dinamarca estão a realizar investimentos militares históricos, focando-se em capacidades de defesa aérea e de longo alcance. Este rearmamento reflete uma mudança estratégica na Europa, que procura aumentar a sua autonomia e capacidade de dissuasão para garantir a segurança a longo prazo do continente.