Um relatório recente do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO) revelou que Portugal foi um dos alvos de uma campanha russa em agosto, explorando a temática dos incêndios florestais. De acordo com o relatório do EDMO, a campanha de desinformação pró-Rússia em Portugal disseminou a narrativa falsa de que Moscovo se teria oferecido para enviar aviões de combate a incêndios, com o intuito de retratar a Rússia como "uma potência benevolente" e, implicitamente, criticar a resposta das autoridades nacionais e europeias. Esta tática insere-se numa estratégia mais vasta de instrumentalização de eventos climáticos extremos para fins geopolíticos.

O mesmo relatório aponta que, na Lituânia, a Rússia culpou a Ucrânia por chuvas intensas.

Além disso, a desinformação russa procura ativamente "ridicularizar e menosprezar a União Europeia, ou retratar os seus membros como belicistas".

Um exemplo notório desta estratégia é a operação "Matryoshka", uma rede de 'bots' que utiliza inteligência artificial para produzir e disseminar conteúdo enganador no TikTok, visando influenciar as eleições na Moldávia e promover narrativas anti-UE e anti-LGBT, demonstrando a sofisticação e a persistência das táticas de desinformação do Kremlin.