Esta postura de negação e contra-acusação é uma tática recorrente do Kremlin para desviar responsabilidades e semear a dúvida.
O Ministério da Defesa russo afirmou oficialmente que "não havia qualquer intenção de atacar alvos em território polaco", sugerindo que os drones poderiam ter perdido o rumo.
No caso da Roménia, a embaixada russa em Bucareste foi mais assertiva, classificando o sobrevoo do drone como uma "provocação deliberada do regime de Kyiv".
Segundo a diplomacia russa, o objetivo da Ucrânia seria "atrair" os países europeus para uma "perigosa aventura militar" contra a Federação Russa.
Esta narrativa é diametralmente oposta à dos países da NATO, que consideram os incidentes atos de agressão deliberados e parte de uma estratégia de intimidação. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reforçou a posição de Moscovo ao afirmar que a NATO está "de facto envolvida nesta guerra" e que as acusações contra a Rússia não requerem "qualquer evidência adicional", numa inversão da lógica ocidental. A estratégia de Moscovo visa criar uma narrativa alternativa que minimize a sua culpabilidade e justifique as suas ações no contexto mais amplo do conflito com a Ucrânia e o Ocidente.