A dupla ação diplomática da Estónia sublinha a gravidade com que o país encara a incursão dos três caças MiG-31 russos.
Ao levar o assunto ao Conselho de Segurança da ONU, a Estónia confronta a Rússia diretamente no mais alto fórum internacional, onde Moscovo detém poder de veto como membro permanente. O ministro dos Negócios Estrangeiros estónio, Margus Tsahkna, declarou que "a conduta da Rússia é incompatível com as responsabilidades de um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", acusando Moscovo de minar a segurança internacional. Simultaneamente, a invocação do Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte formaliza a ameaça à segurança do país perante os seus aliados.
Este artigo prevê consultas entre os membros sempre que a integridade territorial, a independência política ou a segurança de um deles seja ameaçada.
A Polónia já tinha recorrido a este mecanismo após a incursão de drones russos no seu território.
Esta abordagem multifacetada demonstra a estratégia da Estónia de utilizar todos os canais diplomáticos e de aliança militar disponíveis para garantir uma resposta internacional coordenada e robusta, refletindo a profunda preocupação dos Estados Bálticos com o comportamento agressivo da Rússia.