A denúncia levanta sérias questões sobre a eficácia dos controlos de exportação e das sanções existentes. Numa declaração contundente, Zelensky detalhou a escala do problema, afirmando que os sistemas de armamento russos contêm "milhares de componentes - mais de 132.000 - provenientes de diferentes países". Esta revelação surge num contexto de ataques intensificados por parte da Rússia, que, só numa semana, terá utilizado "mais de 1.500 drones de ataque, 1.280 bombas guiadas e 50 mísseis de diferentes modelos". A capacidade de Moscovo para manter uma produção de armamento em larga escala, apesar das extensas sanções, sugere a existência de redes de aquisição sofisticadas que contornam os controlos de exportação.
O presidente ucraniano alertou para as consequências desta falha, afirmando que, "se não for travada, Moscovo tornar-se-á inevitavelmente uma ameaça para os países da Europa e da região do Pacífico".
O apelo de Zelensky visa não só um reforço da ajuda militar à Ucrânia, mas também a aplicação de sanções mais rigorosas contra todos os que ajudam a Rússia a obter estas tecnologias. A denúncia expõe a dificuldade de policiar as cadeias de abastecimento globais e a necessidade de uma maior coordenação internacional para impedir que componentes de dupla utilização acabem a alimentar a máquina de guerra russa.