A situação expôs diferentes níveis de tolerância e abordagens estratégicas entre os aliados.

A reação da Aliança foi imediata e multifacetada.

Após a incursão na Estónia, o governo de Tallinn invocou o Artigo 4.º do Tratado do Atlântico Norte, que prevê consultas entre aliados perante uma ameaça.

Operacionalmente, caças F-35 italianos, apoiados por aeronaves suecas e finlandesas, foram acionados para intercetar os MiG-31 russos, no âmbito da nova operação “Sentinela Oriental”, criada para reforçar o flanco leste.

A discussão mais acesa, no entanto, centrou-se nas regras de confronto.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, adotou uma postura assertiva, respondendo afirmativamente à questão sobre se os países da NATO deveriam abater aeronaves russas invasoras: “Sim, acho que devem”. Esta posição contrastou com a do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que, embora afirmando que a Polónia está preparada para tal medida, sublinhou que esta só seria tomada com o “apoio unânime dos aliados da NATO”, por poder levar a uma “fase mais aguda do conflito”. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, criticou a conduta russa, afirmando que “se não é intencional então é incompetente”, mas evitou detalhar as circunstâncias para um eventual abate.

A Alemanha também se viu envolvida num debate interno, com vozes como a do deputado Jürgen Hardt a defenderem que apenas uma resposta militar clara, incluindo o abate, seria eficaz para dissuadir Moscovo.