O historiador Christian Goeschel, da Universidade de Manchester, salientou à ‘Euronews’ que, desde o Acordo de Munique de 1938, a palavra “apaziguamento” adquiriu uma conotação negativa, representando a tentativa de evitar conflitos através de “concessões de longo alcance” a ditaduras expansionistas.
Embora ressalve que “não podemos simplesmente equiparar Putin a Hitler”, Goeschel argumenta que a questão central é como as democracias liberais devem proceder para preservar valores fundamentais como a liberdade e o direito dos povos à autodeterminação. A política de Trump, descrita como “não muito robusta” em comparação com a do seu antecessor, é vista como um risco.
Um eventual acordo com Putin, feito sem o consentimento da Ucrânia, seria “catastrófico, pois alimentaria o apetite da Rússia por novas conquistas territoriais”.
Esta preocupação é partilhada por comentadores que veem na postura de Trump um “aborrecimento” com a “estagnação diplomática” e uma tentativa de transferir a responsabilidade para a Europa.
A situação é agravada pela dependência europeia da proteção militar dos EUA, o que, segundo Goeschel, contribuiu para que a Europa demorasse a “acordar e perceber o quão perigoso Putin é”.
A visita de Trump ao Reino Unido foi interpretada como uma “operação de charme para manter Trump perto da Europa”, mas os resultados concretos em relação a uma postura mais firme contra a Rússia foram escassos.














