A poucos dias de eleições legislativas cruciais, a Moldávia enfrenta uma intensa campanha de desestabilização e interferência atribuída à Rússia, que visa impedir a sua aproximação à União Europeia. A Presidente Maia Sandu acusou o Kremlin de investir "centenas de milhões de euros" para influenciar o resultado eleitoral e "tomar o poder em Chisinau". As autoridades moldavas denunciam uma operação de guerra híbrida multifacetada. Segundo a Presidente Sandu, a Rússia está a "contratar jovens" para "se envolverem em atividades de desestabilização", incluindo a organização de distúrbios e a disseminação de desinformação.
Uma das narrativas falsas difundidas alega que "a União Europeia quer confiscar terrenos aos moldavos".
Em resposta, a polícia realizou mais de 250 buscas e deteve 74 pessoas suspeitas de envolvimento numa conspiração coordenada por Moscovo. O Reino Unido também acusou a Rússia de uma "campanha de interferência" dirigida pelo Estado, com desinformação disseminada em múltiplas plataformas.
O primeiro-ministro Dorin Recean afirmou que "o objetivo da Rússia é tomar o poder em Chisinau, violando a vontade soberana dos moldavos".
As eleições de domingo são vistas como um referendo sobre o futuro do país, com os cidadãos a terem de escolher entre a integração europeia, defendida pelo partido no poder, e um regresso à esfera de influência russa, promovido por uma coligação de partidos da oposição.
A situação é tão crítica que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou que a Europa "não pode perder a Moldávia para a Rússia".
Em resumoO governo da Moldávia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de uma campanha de interferência sem precedentes, utilizando desinformação, compra de votos e o recrutamento de agentes para desestabilizar o país antes das eleições legislativas. A votação é considerada decisiva para determinar se a Moldávia continuará o seu caminho de integração europeia ou se voltará à órbita de Moscovo.