O documento detalha abusos "generalizados e sistemáticos", incluindo tortura e execuções arbitrárias.

O relatório, divulgado em Viena, afirma que Moscovo nega "sistematicamente" o estatuto de prisioneiro de guerra aos militares ucranianos capturados, classificando-os como "pessoas detidas por se oporem à operação militar especial".

Esta prática, segundo a OSCE, "abre a porta a processos criminais" pela simples participação em hostilidades, violando os compromissos internacionais da Rússia.

Os maus-tratos são infligidos não apenas a militares regulares, mas também a combatentes da resistência, milicianos e civis que pegaram em armas.

As violações incluem "atos de tortura" e podem chegar a "execuções arbitrárias", muitas vezes ocorrendo logo após a rendição.

A investigação da OSCE foi dificultada pela falta de cooperação de Moscovo.

O relatório baseou-se em entrevistas, fontes abertas e visitas à Ucrânia.

Desde o início da invasão, estima-se que 13.500 militares ucranianos foram feitos prisioneiros, dos quais 169 morreram em cativeiro e cerca de 6.300 permanecem detidos.

Os peritos da OSCE encorajam o Tribunal Penal Internacional (TPI) a prosseguir com as investigações para obter condenações. A divulgação deste relatório coincide com a decisão da Rússia de se retirar da Convenção Europeia para a Prevenção da Tortura, um ato que levanta ainda mais alertas sobre a situação dos detidos sob controlo russo.