Esta medida representa uma escalada significativa no apoio financeiro a Kiev e conta agora com o apoio crucial da Alemanha, que anteriormente se mostrava cética.

Numa mudança de posição notável, o chanceler alemão Friedrich Merz defendeu publicamente o uso dos ativos russos, argumentando que a medida poderá desbloquear fundos essenciais para a defesa da Ucrânia e demonstrar "perseverança" contra a agressão de Moscovo. Num artigo no Financial Times, Merz explicou que a UE poderia conceder um empréstimo sem juros a Kiev, que "só seria reembolsado depois de a Rússia ter compensado a Ucrânia pelos danos causados".

Este empréstimo seria destinado a financiar equipamento militar e a fortalecer a indústria de defesa europeia, sendo inicialmente garantido pelos Estados-membros. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou que a proposta de "um empréstimo de reparações com base nos ativos russos imobilizados" é uma prioridade, sendo uma "solução mais estrutural para o apoio militar". Von der Leyen salvaguardou que a UE não está a confiscar os bens, mas a usá-los como colateral, e que a Ucrânia terá de reembolsar o empréstimo.

O plano, no entanto, enfrenta a oposição do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que tem poder de veto.

A Comissão Europeia acredita ter encontrado uma solução jurídica para contornar a oposição de Budapeste, isolando a Hungria no processo decisório. A discussão será central na cimeira de líderes europeus, que esperam chegar a uma decisão formal no final de outubro.