Esta dependência energética contínua financia indiretamente o esforço de guerra do Kremlin, apesar das sanções impostas a Moscovo.

Segundo a investigação da Greenpeace Bélgica, entre 2022 e 2025, estes quatro países despenderam 34,3 mil milhões de euros em gás russo, um valor que supera em 13 mil milhões de euros a ajuda que forneceram a Kiev no mesmo período. O porto de Zeebrugge, na Bélgica, destacou-se como o principal ponto de entrada de gás natural liquefeito (GNL) russo na União Europeia, com as importações em 2024 a duplicarem os níveis anteriores à guerra. O relatório sublinha que o ano de 2025 se perfila como "mais um ano recorde para o gás russo". A empresa russa Yamal LNG, que tem um contrato de longo prazo em Zeebrugge, terá gerado receitas de cerca de 40 mil milhões de dólares desde o início da guerra, pagando aproximadamente 9,5 mil milhões em impostos ao Estado russo. O documento também identifica um problema de rastreabilidade, pois o gás que chega a estes portos é frequentemente redirecionado para outros países, onde passa a ser classificado como de origem europeia, ocultando a sua proveniência russa. Grandes empresas energéticas, como a TotalEnergies e a Shell, mantêm contratos assinados depois de 2022 que asseguram este fluxo, minando a eficácia das sanções e a soberania energética europeia.