Segundo Kasparov, a atual guerra híbrida é apenas um prelúdio para uma ação militar mais "dramática".

Numa entrevista ao diário espanhol El Mundo, durante o Foro La Toja, Kasparov sustentou que as operações russas em curso — como incursões de drones, ciberataques e ações clandestinas — fazem parte de um plano mais vasto para "testar e enfraquecer a Europa".

O objetivo final do regime de Moscovo, na sua perspetiva, é "destruir a NATO como instituição e dividir os europeus".

O opositor de Putin defendeu uma revisão urgente da estratégia defensiva europeia, enfatizando que o fortalecimento militar da Ucrânia é a melhor barreira contra o expansionismo russo, aplicando a chamada "teoria do porco-espinho". "É melhor a Europa gastar dinheiro a armar a Ucrânia do que mandar os seus filhos e irmãos a morrer", afirmou.

Kasparov reconheceu que a perceção de risco é menor no sul da Europa, mas avisou que o Kremlin poderá optar por abrir múltiplas frentes quando considerar oportuno. As suas declarações geraram reações de cautela entre analistas de defesa e fontes diplomáticas em Bruxelas, que, embora não vejam sinais públicos de uma ofensiva iminente, admitem que a hipótese não pode ser descartada num cenário de escalada. A visão de Kasparov, ainda que contestada, é vista como um estímulo para que os governos europeus acelerem os seus planos de defesa.