As narrativas diametralmente opostas refletem a luta pelo controlo da perceção do conflito.

Numa reunião com o alto comando militar, Vladimir Putin afirmou que o exército russo está a avançar e que, só em 2025, "libertou quase 5.000 quilómetros quadrados de território" e 212 localidades. O Chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, corroborou esta visão, declarando que as tropas russas "estão a avançar em praticamente todos os setores" e que os combates mais intensos ocorrem nos setores de Pokrovsk e Dnipropetrovsk, para onde Kiev terá enviado as suas reservas estratégicas. Em total contraste, o projeto de inteligência ucraniano "Eu Quero Viver" divulgou estatísticas que pintam um quadro devastador para as forças russas. Segundo este relatório, a Rússia terá perdido 281.550 militares (mortos, feridos e desaparecidos) apenas nos primeiros oito meses de 2025, elevando o total de baixas desde o início da invasão para mais de um milhão.

O documento detalha que, em média, o exército russo perde "um batalhão em efetivos mortos e desaparecidos — 496 pessoas" por dia.

A análise ucraniana aponta ainda para uma falha crítica na evacuação médica russa, com uma proporção de apenas 1,3 feridos para cada soldado morto, sugerindo que muitos feridos são abandonados no campo de batalha.