A "frota fantasma" de petroleiros utilizada pela Rússia para contornar as sanções ocidentais tornou-se um novo foco de tensão, culminando na apreensão de um navio russo pela marinha francesa. O Presidente Emmanuel Macron anunciou uma reunião de chefes militares europeus para coordenar ações contra estas operações que financiam a guerra de Moscovo. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem alertado repetidamente para o perigo representado por esta frota, acusando-a de ser usada para "operações de sabotagem e desestabilização na Europa".
A tensão atingiu um novo patamar quando as autoridades francesas abordaram e apreenderam o petroleiro "Boracay" ao largo de Brest.
O navio, que zarpou de um porto russo, despertou suspeitas devido às suas manobras e por ter navegado perto da costa escandinava na mesma altura em que foram detetados drones sobre o aeroporto de Copenhaga. O capitão e o imediato, ambos de nacionalidade chinesa, foram detidos, e o capitão será levado a julgamento em França por "recusa de cumprimento". Em reação, o Presidente Macron defendeu a necessidade de uma "política de obstrução" contra estes navios, considerando-a "essencial para aumentar a nossa pressão sobre a Rússia". Anunciou ainda que os chefes de Estado-Maior europeus se reunirão nos próximos dias, em coordenação com a NATO, para "desenvolver ações conjuntas" contra esta frota, que permite à Rússia continuar a exportar o seu petróleo e financiar o esforço de guerra.
Em resumoA "frota fantasma" russa, inicialmente uma ferramenta de evasão económica, é agora percebida como uma ameaça de segurança multifacetada, potencialmente ligada a atos de guerra híbrida. A ação assertiva da França e o apelo a uma resposta europeia coordenada indicam uma crescente determinação em neutralizar esta rede marítima clandestina que sustenta a agressão russa.