A medida, que impõe severas restrições, simboliza o contínuo endurecimento do regime contra qualquer forma de oposição.

Marina Ovsyannikova tornou-se mundialmente conhecida em março de 2022, quando interrompeu o principal noticiário da televisão estatal russa exibindo um cartaz com a mensagem "Não à guerra.

(...) Não acreditem na propaganda".

Após o protesto, foi detida, multada e, posteriormente, fugiu da Rússia com a sua filha.

Em outubro de 2023, foi condenada à revelia a oito anos e meio de prisão por "espalhar informações deliberadamente falsas sobre as forças armadas".

Agora, o Ministério da Justiça russo adicionou o seu nome à lista de "agentes estrangeiros".

Em resposta, Ovsyannikova, que vive em França, declarou-se "feliz" por os seus "modestos méritos na luta contra o regime terem sido tão bem avaliados", considerando o título "honroso" e afirmando-se "absolutamente indiferente às leis canibais" da Rússia.

A legislação sobre "agentes estrangeiros", criada em 2012 e sucessivamente alargada, obriga indivíduos e organizações a identificarem-se como tal em todas as publicações e impõe severas restrições, sendo vista como uma ferramenta para silenciar a sociedade civil.

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos já condenou a Rússia por esta lei, considerando-a "arbitrária" e destinada a "punir e intimidar".