O ex-campeão mundial de xadrez e proeminente crítico do Kremlin, Garry Kasparov, emitiu um alerta contundente, afirmando que a Rússia planeia lançar uma invasão terrestre na Europa antes do final de 2025. Kasparov interpreta a atual guerra híbrida de Moscovo como um prelúdio para uma agressão militar mais direta. Numa entrevista ao diário espanhol 'El Mundo', Kasparov sustentou que as recentes operações com drones, ciberataques e outras ações clandestinas são parte de um plano do Kremlin para "testar e enfraquecer a Europa".
Segundo o opositor russo, "a qualquer momento tentará algo mais dramático", pois o objetivo final de Putin é "destruir a NATO como instituição e dividir os europeus".
Kasparov defende que a Europa necessita de "repensar a sua estratégia defensiva" com urgência, argumentando que a forma mais eficaz de proteger os países vizinhos da Rússia é fortalecer militarmente a Ucrânia, aplicando a chamada "teoria do porco-espinho". "É melhor a Europa gastar dinheiro a armar a Ucrânia do que mandar os seus filhos e irmãos a morrer", afirmou.
Embora reconheça que a perceção de risco é menor no sul da Europa, alertou que essa "desatenção" pode ser prejudicial. Fontes diplomáticas em Bruxelas e analistas de defesa reagiram com cautela, considerando as suas afirmações especulativas, mas reconhecendo que a hipótese de uma escalada drástica não pode ser descartada, dado o comportamento agressivo de Moscovo.
Em resumoO aviso de Garry Kasparov, embora não suportado por evidências públicas de preparativos militares, funciona como um forte apelo à ação para que a Europa reforce as suas defesas e o apoio à Ucrânia. A sua análise posiciona a atual guerra híbrida russa não como um fim em si mesma, mas como uma fase preparatória para um conflito convencional de maior escala no continente.