O caso levanta sérias preocupações de segurança interna na UE e coloca em foco o papel do comissário húngaro Olivér Várhelyi.
Segundo a investigação, conduzida por meios como o De Tijd e o Der Spiegel, a operação secreta, inspirada em métodos do KGB, era coordenada a partir da representação permanente da Hungria junto da UE. Diplomatas fictícios abordavam funcionários europeus de nacionalidade húngara, considerados "alvos de recrutamento", para que partilhassem informações internas, como atas de reuniões secretas, e influenciassem relatórios da Comissão para que estes "refletissem a visão do mundo do Governo de Orbán".
Em troca, Budapeste oferecia dinheiro ou ajuda na progressão da carreira.
O objetivo seria não apenas defender os interesses do Estado húngaro, mas proteger os interesses pessoais e políticos do primeiro-ministro Viktor Orbán, cuja proximidade com o Kremlin é notória.
A investigação aponta que as atividades de espionagem se tornaram "particularmente agressivas" durante o período em que Olivér Várhelyi, atual Comissário Europeu, era o embaixador da Hungria na UE, afirmando que este "tinha certamente conhecimento" das operações. Após a divulgação da notícia, a Comissão Europeia reagiu, com um porta-voz a afirmar que leva as alegações "muito a sério" e que irá criar um grupo interno para analisar o caso, de modo a proteger a instituição e as suas redes de qualquer recolha ilegal de informações.














