A escolha do local e o papel de Orbán são vistos como um desafio à unidade da UE na sua política face à Rússia.
A cimeira, que deverá ocorrer nas próximas duas semanas, foi acordada após uma “conversa telefónica muito produtiva” entre os líderes americano e russo.
Viktor Orbán, que mantém relações próximas com ambos, rapidamente capitalizou a decisão, declarando que “a Hungria é a ilha da paz” e “o único lugar na Europa” onde tal encontro poderia ocorrer. A Comissão Europeia adotou um tom prudente, com o porta-voz Olof Gill a afirmar que “qualquer reunião que promova uma paz justa e duradoura na Ucrânia é bem-vinda”.
No entanto, nos corredores de Bruxelas, o ceticismo prevalece.
Analistas como Dániel Hegedűs, do Fundo Marshall Alemão, consideram a cimeira um “enorme sucesso para o governo Orbán” e uma “tentativa deliberada por parte do governo dos EUA de enfraquecer a unidade da UE”. Alberto Alemanno, professor de Direito Europeu, concorda, afirmando que a reunião evidencia que Orbán “é mais leal aos interesses da Rússia e dos EUA do que à União”. A realização da cimeira levanta também complexas questões logísticas e legais, nomeadamente como Putin viajará para a Hungria, um país signatário do Estatuto de Roma que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de captura contra o presidente russo. Embora Budapeste tenha a obrigação teórica de o deter, Orbán já garantiu que fará “tudo o que estiver ao seu alcance” para que o encontro se realize, assegurando imunidade a Putin.














