A proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de um cessar-fogo imediato na Ucrânia, utilizando a atual linha da frente como ponto de partida para negociações, provocou reações divergentes e complexas. Esta sugestão, que implicaria o controlo russo sobre vastas áreas do território ucraniano, foi recebida com uma mistura de pragmatismo e firmeza por parte de Kiev e dos seus aliados europeus. Numa declaração conjunta, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes europeus como Emmanuel Macron, Friedrich Merz e Ursula von der Leyen, afirmaram apoiar “veementemente a posição do Presidente Trump de que os combates devem cessar imediatamente”.
Concordaram que a “atual linha da frente deve ser o ponto de partida para as negociações”, mas sublinharam um princípio fundamental: “as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força”. Esta posição reflete uma tentativa de alinhar-se com a iniciativa de paz de Washington, sem, no entanto, legitimar as conquistas territoriais de Moscovo. Por outro lado, a Rússia rejeitou a ideia de um simples congelamento do conflito.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, argumentou que tal medida seria uma contradição com os acordos anteriores e significaria “esquecer as causas originais do conflito”.
Segundo Lavrov, um cessar-fogo agora deixaria “grande parte da Ucrânia sob o regime nazi de Kiev”, o que Moscovo considera inaceitável.
Esta intransigência russa, que liga o fim das hostilidades à conquista dos seus objetivos estratégicos, evidencia a enorme distância que ainda separa as partes e os desafios para qualquer mediação.
Em resumoA proposta de Trump para um cessar-fogo na linha da frente foi aceite como ponto de partida para negociações pela Ucrânia e aliados europeus, mas com a condição de não alterar fronteiras pela força. A Rússia rejeita a ideia, insistindo que os seus objetivos de guerra devem ser alcançados, o que demonstra a dificuldade de se encontrar um terreno comum para a paz.