A decisão, celebrada pelo primeiro-ministro polaco Donald Tusk, representa um revés para a investigação alemã sobre as explosões que danificaram gravemente as infraestruturas energéticas.

Zhuravliov, um mergulhador de formação, foi detido na Polónia com base num mandado de captura europeu emitido por Berlim, que o acusa de fazer parte do grupo que colocou os engenhos explosivos nos gasodutos. No entanto, o juiz polaco, Dariusz Lubowski, argumentou que o tribunal não dispunha de provas suficientes, uma vez que a Alemanha forneceu apenas “informações muito gerais”. O magistrado contextualizou a decisão no âmbito da guerra na Ucrânia, afirmando que, mesmo que Kiev estivesse por trás do ataque, os ucranianos não poderiam ser considerados terroristas por “enfraquecerem o inimigo” na defesa da sua pátria. Esta decisão segue uma linha semelhante à do Supremo Tribunal italiano, que também bloqueou a extradição de outro suspeito ucraniano para a Alemanha no mesmo caso. As investigações sobre a sabotagem, que também foram conduzidas pela Suécia e Dinamarca antes de serem arquivadas, apontavam para uma célula ucraniana como responsável.

A recusa da Polónia em cooperar com a extradição evidencia as tensões políticas em torno do caso e a dificuldade em apurar responsabilidades num ato de sabotagem com profundas implicações geopolíticas.