As manobras, que envolveram a tríade nuclear completa do país — mísseis terrestres, submarinos e bombardeiros estratégicos —, ocorreram num contexto de elevada tensão, coincidindo com o anúncio de novas sanções e com o exercício nuclear anual da NATO, “Steadfast Noon”. Durante os exercícios, descritos pelo Kremlin como “de rotina”, foi testado o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) Yars a partir da base de Plesetsk, capaz de atingir os Estados Unidos. Adicionalmente, um submarino no Mar de Barents lançou um míssil balístico Sineva, e bombardeiros estratégicos Tu-95MS dispararam mísseis de cruzeiro.

O chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, explicou que o exercício serviu para testar “o procedimento para autorizar a utilização de armas nucleares”.

O Kremlin declarou que “todas as tarefas de exercícios foram concluídas”. Estas manobras militares nucleares surgem num momento delicado, após o adiamento da cimeira entre Putin e Donald Trump e pouco depois de a Rússia ter alertado para o risco de uma “escalada nuclear” caso o tratado de desarmamento START III, que expira em 2026, não seja prolongado. A realização destes exercícios é interpretada como uma mensagem de dissuasão, reafirmando a capacidade nuclear de Moscovo enquanto a pressão económica e militar do Ocidente aumenta.